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O nome dela é Elaine. Ele a encontrou nas redes sociais… Ela não foi morta, mas por pouco poderia ter sido… A história dela não virou hit de carnaval e, daqui a pouco, assim como outras centenas delas, será esquecida. Será apenas mais uma constatação para engrossar a conta e elevar o Brasil ainda mais no ranking do feminicídio.

Artigos como este talvez sirvam para que muitas mulheres, homens e homossexuais possam entender de vez que as tais redes sociais são de uma abissal antissociabilidade. O celular, o gatilho das redes, é  hoje uma arma, carregada até a alma, pronta para disparar. Clique em enviar, aceito, compartilhar e pronto, ponto. Está feita a desgraça!

Elaine Caparroz, de 55 anos, que por muita falta de sorte não é nenhuma Jenifer, recebeu alta após ficar sete dias internada em um hospital no Rio de Janeiro. Para os vidrados e desavisados, ela foi espancada por cerca de quatro horas em um fim de semana, no apartamento onde mora, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. O autor das agressões, o estudante de Direito Vinícius Batista Serra, de 27 anos, foi preso.

Os dois se conheciam há oito meses, mas tiveram seu primeiro encontro naquela trágica sexta-feira. Quando deixou o hospital, Elaine fez questão de reforçar que apanhou muito, que lutou muito, que quase morreu, mas que, porém, é muito forte, assim como a luta das mulheres contra este tipo de violência que cresce cada vez mais.

Que todas as mulheres que passarão o carnaval degustando a canção Jenifer possam entender que Elaine e Jenifer são pessoas comuns como nós e que tiveram apenas desfechos diferentes, mas são “vítimas” das redes sociais que colaboram para que este tipo de crime ocorra. 

Mulheres, cuidado, não exponham demais suas vidas nas redes, preservem dados, desconfiem sempre, quase nunca acreditem e jamais abram a porta e o coração para o ódio, enrustido e escondido atrás de um rostinho bonito e um corpo sarado. O mundo está mal, coberto dele, de seres que não são humanos e ostentam e destilam violência gratuita. Dancem, se divirtam, ouçam Jenifer, mas não tapem os ouvidos para as Elaines e a mensagem de que é preciso combater, todos os dias, o mal enraizado nos faces, instas e tinders da vida.

Cuidado!

por Bruno Ferreira

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