Na vida em sociedade, meu direito acaba onde começa o seu! Ou é assim ou voltaremos às cavernas, escreveu Ricardo Noblat. “Se eu fumo, e infelizmente fumo, ponho minha saúde em risco, mas tenho esse direito. Mas se fumo em ambiente onde outros não fumam, ponho em risco a saúde deles, e não tenho esse direito”, descreve o autor que deixa um exemplo significante no que diz respeito à perturbação do sossego, matéria de capa desta edição de fevereiro de 2022.
Se por um lado não teremos a tradicional festa popular, o carnaval, por outro, a cidade parece viver uma bagunça geral, um salve-se quem puder! É carro de som obrigando você a ouvir música, seja ela qual for, em volume estridente, motos com alterações no escapamento, duelo entre veículos de propaganda gritando no seu ouvido, fogos de artifício a qualquer hora e pasmem: sirene para anunciar pão de queijo, isso mesmo, uma sirene, em alto e bom som, para anunciar que o produto está pronto.
É de assustar, mas estes ingredientes fazem parte de uma Barroso poluída sonoramente. Beira, ou ultrapassa os decibéis e todo limite do absurdo! Se já existia, e de fato existia, se agravou. O município vive um “carnaval” por dia.
E o pior, como cita Noblat, colocamos a vida do outro em risco, fazendo com que cidadãos de bem – além de idosos, recém-nascidos e animais de estimação – sofram por um simples desejo de uma pessoa que não conhece seus limites. Precisamos falar sobre isso, precisamos discutir essa educação, ou a falta dela. É inadmissível que as pessoas tenham que engolir este som e toda essa poluição sonora goela abaixo. Já passou da hora das autoridades desta cidade debaterem e agirem sobre a perturbação do sossego! Basta!
Por Bruno Ferreira