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Imagina você escrevendo algo para que as pessoas possam ler daqui há 30 anos! Não é uma tarefa fácil! Ou você conta sobre o presente, de como as coisas estão por aqui neste momento, para que no futuro eles possam imaginar como era o passado, ou você conta sobre o que imagina do futuro, para que hoje, no presente, as pessoas possam imaginar como será daqui há 30 anos. Em meio a essa bifurcação de escrita, a gente tecla fazendo o exercício de imaginação e com o medo, muito medo, daquilo que você está escrevendo não possa ser lido, por você mesmo, daqui há 30 anos. Esse sentimento é horrível. Assim, em meio ao receio e ao medo, escrevemos imaginando que essa geração futura, crianças e adolescentes de hoje, tenha aprendido bastante e errarão menos do que nós. O que tornaria, consequentemente, o mundo, um lugar melhor para se viver. O que não é o caso de hoje. Consumidos pela intolerância, talvez o ser humano esteja vivendo o seu pior momento. Guerras, no plural, doenças, insanidade, depressão, se multiplicam dia após dia. E por aqui, a gente se apega às poucas pessoas de bem que vivem perto de nós. Tomara, exercício de futurologia, que lá na frente, todas essas aberrações, atrocidades, já tenham sido superadas e que o ser humano reconquiste o gosto e amor pelo próximo. Repito: distante nos dias de hoje. Assim, independente de estarmos aqui, esperamos que este jornal ainda continue vivo ( o que acreditamos ser muito difícil) para que continue relatando as dificuldades, os problemas, combatendo as injustiças e fazendo o que sempre fez: relatando fatos, contando histórias, de hoje, ontem e de amanhã.

por Bruno Ferreira

1 comentário

  1. Bruno, bela reflexão do momento atual, que vivemos, e dos momentos futuros, que por certo eu e você talvez não vivenciaremos.
    No “hoje”, as pessoas perderam totalmente a noção do que representa… ser humano!
    A tecnologia, o querer ser mais, saber mais, conquistar cada vez mais. A falta de diálogo, do tempo para um cafezinho entre amigos e, porque não: o cafezinho diário “em família”, que já não ocorre mais, ou com a frequência de “30” anos atrás.
    Hoje falta tempo… e amanhã ou daqui a 30 anos já não haja mais: “tempo pra se viver”.
    Que não seja uma mera utopia minha, más que daqui a 30 anos, as pessoas se aceitem, se compreendam, se relacionem, e que não hajam tantas competições e guerras. Que is futuros jovens conheçam uma realidade de paz, que nós não conseguimos viver.

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