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A cerimônia do Oscar 2023, que será a 95ª edição da premiação, está marcada para o dia 12 de março no tradicional Dolby Theatre de Los Angeles. Alguns dos filmes que são forte aposta para levar estatuetas do Oscar são relatados abaixo, sendo 4 filmes exclusivos de cinema e o restante encontrado em plataformas de streaming ou para aluguel. A presença de filmes na lista de indicados a melhor filme no Oscar 2023 não foram exatamente uma grande surpresa, tendo em vista que eles têm angariado indicações durante toda a temporada de premiações como BAFTA, Critics Choice, Globo de Ouro, entre outros. Confira os destaques:

Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo possui 2h 19min e foi lançado em junho de 2022. Está disponível para aluguel pelas plataformas de streaming Amazon Prime e Apple TV. Na liderança da lista com 11 nomeações, incluindo com destaque Melhor filme, Melhor roteiro original, Melhor atriz (Michelle Yeoh), Melhor canção original e Melhor edição, o filme explora outros universos e outras vidas que poderiam ter sido vividas, utilizando da alta do assunto multiverso – que como o próprio título indica, acontece de tudo em todo lugar ao mesmo tempo. As coisas se complicam ainda mais quando a  personagem principal fica presa na infinidade de possibilidades sem conseguir retornar para casa, e precisa derrotar a entidade “multiversal” que pretende destruir todas as realidades.

Não há ideia que se considere absurda, boba ou “inapropriada” demais para a história que os roteiristas querem contar, como por exemplo, o quão engenhoso é a forma que permite a personagem principal acessar suas vidas alternativas, e também como os mundos possíveis têm a sua própria linha narrativa, mas conseguem costurar cada uma delas. O que era para ser considerado inútil e arbitrário,  mostra que a bagunça infinita do multiverso não é nem um pouco diferente da bagunça infinita que existe dentro de cada um de nós. É o favorito a ser o que leva mais estatuetas em 2023.

Elvis Indicado em categorias de peso como “Melhor Filme” e “Melhor Ator”, o filme mostra desde a infância difícil, passando pela reação do público a algumas das primeiras apresentações de Elvis Presley, e culminando nos fatores históricos e artísticos de sua ascensão – quando recebe o título de ‘Rei do Rock’ – até sua queda. Aliás, são parte integral da história do longa a dimensão política e moral de sua ascensão à fama. O filme apresenta para nós um Elvis humano, do vício, das traições, da honestidade ferrenha, do idealismo inflexível, do seu empresário explorador e maquiavélico chamado Coronel Tom Parker (interpretado por ninguém menos que Tom Hanks, apropriadamente caricaturesco).

Os marcadores de época (músicas, figurinos e penteados) que o longa usa para registrar a passagem de tempo entre os anos 50, 60 e 70, está perfeito. Muito merecido se levar alguma(s) das 8 categorias em que foi indicado, dentre elas: “Melhor Fotografia”, “Melhor Som”, “Melhor Edição”, “Melhor Figurino”, “Melhor Cabelo & Maquiagem” e “Melhor Design de Produção”. Disponível na HBO Max e aluguel na Apple TV, com duração de 2hrs 39min.

Tár Estreou nos cinemas brasileiros dia 26 de janeiro. Um filme de 2h 38 min estrelado por Cate Blanchett (que possui Oscar de melhor atriz coadjuvante em O Aviador), e em que em sucessivas entrevistas, o diretor e roteirista Todd Field tem dito sempre que escreveu Tár especificamente para Cate Blanchett. Está indicado nas 6 categorias: “Melhor Filme”, “Melhor Direção”, “Melhor Atriz”, “Melhor Roteiro Original”, “Melhor Fotografia” e “Melhor Edição”.

O nome do filme é o sobrenome da personagem principal, Lydia Tár, uma renomada maestro com uma carreira invejável que é a primeira diretora musical feminina da Filarmônica de Berlim, em uma indústria de música clássica que é dominada por homens. O passar do filme mostra a destruição da elaborada fachada de Lydia, a natureza corrosiva do poder e ela sendo derrubada de seu pedestal. A impressão é que os diálogos do filme são para especialistas, com muitos termos técnicos e referências da música, mas é salvo da nossa desistência de assistir ao abordar pautas como abuso, privilégio de gêneros, homossexualismo, família, carreira, poder, arrogância… é um filme muito bem escrito, elaborado e impactante; complexo, eu avalio. Grande possibilidade de o filme levar o Oscar de Melhor atriz e um possível Oscar de Melhor roteiro original.

Os Banshees de Inisherin Estreou nos cinemas brasileiros dia 2 de fevereiro. Duração de 1h 54 min. Aborda de longe a Guerra Civil Irlandesa, com os personagens assistindo ao barulho e à fumaça dos canhões da guerra, na ilha fictícia de Inisherin, em 1923. O enredo gira em torno de dois amigos, Pádraic (Colin Farrell) e Colm (Brendan Gleeson), que se tornam quase inimigos a partir do dia em que Colm, aspirante a compositor, decide que está desperdiçando sua vida na companhia de Pádraic. Pádraic por sua vez, tenta reatar a amizade com o apoio de sua irmã Siobhan (Kerry Condon) e de Dominic (Barry Keoghan), filho do policial local, mas quando Colm lança um ultimato para findar a amizade, as coisas acabam saindo de controle rapidamente e escalando para uma série de situações estranhas, engraçadas e tristes.

O filme se resume ao debate para saber quem é afinal o “retardado da ilha”, e mostra que términos são sempre complicados de lidar – até mesmo de uma amizade. Não é um filme que qualquer um que assistir vai gostar. É o segundo filme com mais indicações para o Oscar 2023, sendo as categorias: “Melhor Filme”, “Melhor Direção”, “Melhor Ator”, “Melhor Ator Coadjuvante” (2 indicados: Brendan Gleeson e Berry Keghan), “Melhor Atriz Coadjuvante”, “Melhor Roteiro Original”, “Melhor Trilha Sonora” e “Melhor Edição”.

Nada de Novo no Front produção da Netflix com 2h 23 min. É um filme alemão, de roteiro adaptado. Na história que segue, o adolescente Paul Baumer, e seus amigos Albert e Muller, se alistam voluntariamente no exército alemão, movidos por uma onda de fervor patriótico, mas isso é rapidamente dissipado quando enfrentam a realidade brutal da vida no front da guerra. Ao passo que os soldados estão sempre isolados, desnorteados e em busca de sobrevivência, os que dão as ordens parecem confortáveis em seus meios.

É natural que uma obra de guerra queira chocar pelo visual e, Nada de Novo no Front sabe como partir o coração de seus espectadores. Merecido levar as categorias “Melhor Fotografia”, “Melhor Design de Produção” e “Melhor Efeitos Visuais”, pois neste filme, afinal, o que importa não é o que o texto pretende mostrar, mas o que a câmera de fato mostra – e como mostra. Indicado em um total de 9 categorias: “Melhor Filme”, “Melhor Filme Internacional”, “Melhor Roteiro Adaptado”, “Melhor Trilha Sonora”, “Melhor Cabelo & Maquiagem” e “Melhor Som”.

Avatar: O Caminho da Água Em cartaz nos cinemas mês de dezembro de 2022, janeiro e fevereiro deste ano. Extensa duração de 3h e 12 min, podendo ser encontrado no Disney+. Com tamanho legado, Avatar 2 vem treze anos após o primeiro filme Avatar – que se tornou a maior bilheteria de todos os tempos, fez história e mudou a maneira de se fazer cinema para sempre: no desenho de produção e na imersão em 3D.

Através das lentes comandadas pelo diretor de fotografia Russell Carpenter, viajar pelo oceano e conhecer as criaturas que lá habitam é quase como assistir a um documentário de vida marítima rodado com os melhores equipamentos do mundo. Com isso, o filme foca no audiovisual e esquece do roteiro, dando uma demonstração/aula de como fazer efeitos visuais.

O filme está indicado nas categorias: “Melhor Filme”, “Melhor Design de Produção”, “Melhor Som” e “Melhor Efeitos Visuais”, sendo muito provável angariar no mínimo o Oscar de design de produção e efeitos visuais.

Os Fabelmans Estreou nos cinemas brasileiros dia 12 de janeiro. Com 2h 31 min e do diretor Steven Spielberg, conta uma história vagamente baseada na própria infância do diretor. O filme relata um jovem aspirante a cineasta no centro da história, mostrando como uma vocação artística pode ser motivo de dor e glória. É uma oportunidade e tanto para conhecermos um pouco mais da história e da alma de um dos grandes gênios do cinema, que tem alta chance de arrematar o Oscar de Melhor direção e um possível Osca de Melhor roteiro original. Está indicado também nas categorias: “Melhor Filme”, “Melhor Atriz”, “Melhor Ator Coadjuvante”, “Melhor Trilha Sonora” e “Melhor Design de Produção”.

Top Gun: Maverick Com 2h 11 min, está disponível no Telecine, Amazon Prime Video e Paramount+ . Na sequência de “Top Gun: Ases Indomáveis”, que foi o filme responsável por decolar a carreira de Tom Cruise, acompanhamos a história de Pete “Maverick” Mitchell (Cruise), um piloto à moda antiga da Marinha que coleciona muitas condecorações e grande reconhecimento. Neste filme, Maverick deixou de ser um capitão e tornou-se um instrutor, pois ele continua sendo o mesmo piloto rebelde de sempre – que não hesita em romper os limites e desafiar a morte – mas desta vez precisa provar que o fator humano ainda é fundamental no mundo contemporâneo das guerras tecnológicas.

Neste filme sobre aeronaves, as cenas de ação impressionam pelo realismo nas tomadas aéreas e acrobacias, conseguindo transmitir toda essa intensidade e adrenalina diretamente para o público, colocando todos nós de certa forma nas cabines ao lado dos pilotos e sentindo as mesmas emoções que eles ao longo do filme. Indicado nas categorias “Melhor Filme”, “Melhor Roteiro Adaptado”, “Melhor Canção Original”, “Melhor Edição”, “Melhor Som” e “Melhor Efeitos Visuais”, é forte candidato a levar o Oscar de Melhor canção com a interpretação de Lady Gaga e uma grande torcida pelo Oscar de Melhor edição e Melhor som.

Triângulo da Tristeza Estreou nos cinemas brasileiros dia 2 de março. Dura boas 2h 29min e, definitivamente, é o mais provocativo e polêmico entre os indicados ao Oscar de Melhor Filme de 2023. Faz uma crítica social com humor ácido, ao mesmo tempo em que articula todo um discurso sobre mídia (mundo fútil da moda e dos influenciadores digitais), conflito social (de classe e gênero), alta gastronomia (pratos exóticos com gosto e estética nada atraentes), entre outros temas. O roteiro mostra de forma inteligente como as pessoas podem mudar se tiverem algum tipo de poder nas mãos.

Um russo anticomunista vendedor de fertilizantes; um simpático casal de ingleses comerciantes de explosivos; os protagonistas influencers; o capitão alcoólatra, entediado de lidar com tantas pessoas fúteis ao longo dos anos; são algumas figuras deste excelente filme. O filme é dividido em 3 capítulos e com certeza o ápice é na segunda parte, enquanto um passageiro se orgulha de ser capitalista, o capitão se revela marxista, o que gera uma divertida inversão de clichês, no meio de um desastre acontecendo. Venceu a Palma de Ouro do Festival de Cannes em 2022, e está indicado em 3 categorias: “Melhor Filme”, “Melhor Direção” e “Melhor Roteiro Original”, com chance em todas.

 

por Ana Roberta

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