Mais um suicídio, ocorrido em 1º de abril do ano passado, engrossou as estatísticas de 2017, quando Minas registrou 1.425 autoextermínios, contra 1.245 em 2016, um aumento de 14,4%.
O levantamento é da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, que revela ainda que, entre 1º de janeiro e 17 de agosto deste ano, um total de 595 pessoas tirou a própria vida no Estado, uma média de quase três casos por dia.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos no mundo, uma a cada 40 segundos, sendo a segunda principal causa de morte entre jovens com idades entre 15 e 29 anos. No Brasil, cerca de 11 mil pessoas se matam todos os anos, uma média de 32 casos por dia.
BARROSO
Não há um levantamento oficial em Barroso, onde também o assunto ainda é tratado com muita desconfiança, mas estima-se que os números de suicídio na cidade, levando em conta a média da população, não destoam dos números do estado.
O silêncio piora
Na maioria das vezes, as mortes não são divulgadas para se evitar um efeito contagioso, mas, diante do aumento das estatísticas, especialistas alertam que silenciar sobre o assunto não ajuda, mas sim piora a situação.
“É cultural não falar sobre suicídio, por medo ou vergonha. A gente tem medo daquilo que a gente não compreende”, afirma o psiquiatra Júlio César Vieira Menezes. O especialista, que é diretor clínico do Hospital Espírita André Luiz, em Belo Horizonte, alerta para a importância de se combater o pensamento leigo de que falar sobre suicídio pode induzir o autoextermínio. “Ao contrário. Se falarmos que o suicídio é uma fase final de várias doenças graves, vamos estar prevenindo”, explica Menezes.