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Maior preocupação do barrosense atualmente, a geração de empregos vem demonstrando desempenho realmente muito ruim no município e o sentimento de muitos agora pode ser comprovado pelos números. De acordo com o Ministério do Trabalho, nos seis primeiros meses deste ano o saldo entre geração e perda de emprego ficou negativo, foram perdidos mais postos de trabalho do que gerados em Barroso.

Os números mostram que de janeiro a julho o saldo ficou negativo em 62, ou seja, menos 62 pessoas empregadas na cidade só no primeiro semestre. Os dados levam em conta sete setores da atividade econômica. Deste total, apenas um teve resultado positivo: o da Construção Civil que criou nove vagas. Já o pior desempenho foi o do setor de serviços que fechou 25 vagas. O segundo setor com pior desempenho foi talvez o que seja o maior da cidade, o comércio. Segundo o Ministério, foram perdidos 17 postos de trabalho relativos ao comércio nestes seis meses de 2017.

É o caso da jovem Juliana Monteiro de Melo, que trabalhou em Barroso, posteriormente em Dores de Campos, e foi embora para Barra do Piraí, estado do Rio de Janeiro. “A gente cria expectativa na nossa cidade, ainda mais depois de tudo que falaram com relação aos empregos, mas depois nos desiludimos”, relata a moradora do bairro Jardim Europa, que deixou para trás pais e amigos para tentar emprego no Rio de Janeiro. “O ideal era trabalhar na nossa cidade, ao lado dos amigos e familiares, mas infelizmente isso não aconteceu, pelo menos por enquanto”, diz.

Assim como Juliana, este é o sentimento atual de muitos barrosenses que acreditaram nas possibilidades de emprego divulgadas nas eleições passadas. O que não sai das redes sociais e da cabeça dos barrosenses quando o assunto é emprego são os 800 postos prometidos pela chapa vencedora Reinaldo Fonseca (PSDB) e Deléia Napoleão (PSD). Para muitos barrosenses, esta foi apena mais uma promessa para garantir a vitória nas eleições. O Facebook está cheio de posts cobrando as vagas divulgadas no ano passado. “Deveriam saber que quem promete demais é porque com certeza não vai fazer cumprir”. “Estou esperando voltarem em minha casa”. “Prometeu tem que cumprir”. “Ninguém é obrigado a dar nada a ninguém, mas político que promete tem que cumprir”. São algumas das frases publicáveis que estão na rede social e grupos voltados para cobranças e melhorias da cidade.

PREFEITURA

Questionada sobre as promessas de campanha, a Prefeitura Municipal, através da sua Assessoria de Imprensa, informou que o desemprego é uma situação que atinge o Brasil inteiro, não sendo um caso isolado de Barroso. “Só no primeiro trimestre deste ano o país tinha quase 14 milhões de desempregados. A crise econômica que assola o nosso país, consequentemente também atinge nosso município, que tem a economia movimentada principalmente pela indústria e pelo comércio, justamente as áreas mais afetadas pela crise. Para piorar Barroso enfrenta um período de grande queda de ar- recadação, principalmente considerando que o valor arrecadado até o momento é muito menor que a previsão do orçamento feita pela administração passada para 2017, obrigando a Prefeitura a enxugar cada vez mais a folha de pagamento e outros investimentos de suma importância. Diferentemente do que foi propagado pela gestão anterior, recebemos a Prefeitura com uma dívida de mais de R$ 2,6 milhões só de 2016, inviabilizando a execução dos nossos principais investimentos em todas as áreas. No que diz respeito aos 800 empregos e outros itens propostos em nosso plano de governo, muitas pessoas aproveitam para fazer politicagem. Não citamos que vamos gerar 800 empregos em oito meses, que foi o período que já cumprimos do nosso mandato, nem pretendemos colocar 800 pessoas trabalhando na Prefeitura. É óbvio que, se não tivéssemos recebido a Prefeitura em estado caótico, conseguiríamos, sim, contratar mais funcionários, que inclusive estamos necessitando, mas é impossível com uma arrecadação tão baixa. Cabe destacar, entretanto, que estamos cumprindo rigorosamente o concurso da educação e o processo seletivo da saúde e várias contratações em outras secretarias. Com isso, só na Prefeitura, foram gerados mais de 300 cargos em 2017, ou seja, quase 40% da meta. Estamos seguindo, dando o melhor de nós, trabalhando dia e noite para conseguir apagar os incêndios e corrigindo as diversas irregularidades deixadas pela gestão passada, que impedem que pensemos exclusivamente na nossa administração, na expectativa de que o cenário econômico do nosso país e de nosso município melhore, para que possamos buscar alternativas de geração de empregos e renda. Mesmo com um cenário estarrecedor, estamos conseguindo fazer um bom trabalho, mantendo a folha de pagamento em dia e buscando apoio junto aos nossos deputados para realizar várias melhorias para os barrosenses, já que não dispomos de recursos próprios suficientes para isso”, fecha a nota enviada ao Barroso EM DIA.

Quando cita os 300 empregos já gerados, Reinaldo se refere aos cargos empossados do Concurso Público e Processo Seletivo que foram realizados pela adminsitração da ex-prefeita Eika Oka de Melo (PP).
DESEMPENHO REGIÃO

As principais cidades da região tiveram desempenhos variados na geração de emprego no primeiro semestre. Entre as mais próximas, o melhor desempenho foi de São João del Rei que entre empregos perdidos e criados, ficou com saldo positivo de 88 postos. Já Barbacena teve o pior com saldo negativo de 165. Dores de Campos e Tiradentes também ficaram em débito, com 21 e 8 postos a menos, respectivamente. Carandaí -16, Congonhas +555, Coronel Xavier Chaves +42, Juiz de Fora -1.083, Lagoa Dourada -26, Lavras +318, Prados +32 e Resende Costa +19. Os dados podem ser consultados no site do Ministério do Trabalho.

 

 

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