As famílias organizadas do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) protestaram na manhã desta segunda-feira (14), em frente ao prédio da Justiça Federal, na avenida Afonso Pena, região central de Belo Horizonte. Os manifestantes questionaram a posição da Justiça na suspensão do processo criminal envolvendo 22 rés e as empresas Samarco, Vale, BHP Billiton e VogBR, anunciado na semana passada.
Segundo a coordenação do movimento, a intervenção foi para questionar de que lado está a Justiça, além de denunciar o descaso com os atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão, em Bento Rodrigues, em novembro de 2015, que, ainda conforme a coordenação, até hoje estão sem respostas. Cerca de 350 pessoas foram à manifestação, que começou às 11h e se encerrou por volta de 14h30, segundo o MAB. A Polícia Militar não estipulou o número de manifestantes.
Segundo o MAB, a Fundação Renova, responsável pela reparação social e ambiental dos danos causados pela Samarco, está beneficiando apenas as empresas, e não priorizando o interesse das vitimas. No acidente, 19 pessoas morreram e o distrito de Bento Rodrigues ficou completamente destruído.
A assessoria da Fundação Renova, entretanto, afirmou, em nota, que “o Termo de Transação e Ajustamento e de Conduta (TTAC) prevê a entrega da obra do reassentamento de Bento Rodrigues, Gesteira e Paracatu de Baixo no primeiro semestre de 2019”.
Ainda segundo a assessoria, houve a necessidade de ajustes nos projetos solicitados através de deliberação do Comitê Interfederativo, mas, que, estes ajustes já estão sendo providenciados, tendo acompanhamento da comunidade, do MPMG, da Semad, da Secir e da Prefeitura de Mariana.
Por nota, a assessoria ainda disse que “fará todos os esforços para cumprir o objetivo de entregar as casas para as 225 famílias dentro do prazo estipulado.”
DECISÃO DA JUSTIÇA
Na semana passada o Juiz Federal Jacques de Queiroz Ferreira, em Ponte Nova, na Zona da Mata de Minas Gerais, suspendeu o processo criminal contra as mineradoras e 22 pessoas da direção das empresas.
De acordo com a Justiça Federal, a suspensão ocorreu depois que a defesa de dois dirigentes licenciados da Samarco, Ricardo Vescovi e Kleber Terra, pediu a anulação do processo, considerando que as escutas telefônicas foram ilegais, já que foram feitas fora do prazo.
Informações O Tempo