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A foto retrata a construção da Fábrica de Cimento em Barroso cujo primeiro forno foi inaugurado em 14 de agosto de 1955. Por mais de uma década, a empresa funcionou sem os eletrofiltros e as três chaminés, que pronunciavam o progresso, também expeliam poeira e desconforto para o barrosense. A poluição, que invadia as casas e cobria os carros, era uma constante na terra do cimento  e se tornou tema de discussão entre os vereadores durante os anos de 1977 e 1979.

O problema, longe de ser resolvido, se intensificava após a utilização do carvão mineral como fonte de combustível, gerando mais incômodos pela poeira negra. Um manifesto do povo de Barroso foi entregue ao governador do estado Francelino Pereira, em 16/08/1980, há exatos 34 anos. Mas foi somente em 23/03/1992 que o desconforto da poluição virou caso de justiça, através de inquérito civil público instaurado no Ministério Público, quando as moradoras do bairro Rosário deixaram as vassouras e recorreram às vias judiciais para protestar contra a poluição.

Elas entraram em cena novamente em 2003. Dirigiram-se à empresa com panelas e colheres e fizeram manifestação. Desta vez contra um mau cheiro resultante  da incineração de resíduos tóxicos, uma nova forma de poluir era inaugurada denominada co-processamento de resíduos sólidos. Diante do silêncio das autoridades locais, a voz do padre se fez ouvir nos anos 2007 e 2011 em defesa de seu rebanho debilitado e flagelado por uma multinacional.

Ao longo dos 59 anos de história da cimenteira em Barroso, o progresso veio através da geração de empregos e impostos para os cofres municipais, sobretudo na luta de seu povo e lideranças políticas e religiosas contra a poluição. (fonte: CORREA, Peterson Ávila. Conflitos Ambientais em Barroso: a fábrica de cimento e movimentos sociais 1955-2013 dissertação de mestrado, UFSJ 2014).

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