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O Brasil está vivendo um clima tenso. As eleições do último domingo dividiram o país e o segundo turno é certamente o mais disputado desde 1989. Uma série de informações desencontradas, mitos e inverdades servem de combustível para ataques de ambos os lados. Encontrar o equilíbrio nos dias de hoje não é nada fácil.

Neste jogo, que se assemelha a uma partida de xadrez, os movimentos dos candidatos e eleitores são intensos, quase simultâneos. A eleição instiga analistas e apaixonados por política. A disputa poderia ser até comentada minuto a minuto, como um jogo de três semanas sem intervalos. São inúmeros os ângulos através das quais as eleições podem ser analisadas.

Não é a intenção deste post exaurir as possibilidades de análise, gostaria apenas de levantar três aspectos das eleições presidenciais em Barroso que suscitam o debate.

a)     A diferença no primeiro turno entre situação e oposição nestas eleições é menor que em 2010. A diferença diminuiu em todo o país e no Estado. Em Barroso não foi diferente. As tabelas seguintes revelam o acirramento das eleições por todos os lados, inclusive em nossa cidade.

b)    Nas últimas eleições para o Executivo Estadual e Federal, Barroso tem sempre votado com a maioria. Em geral, os Governadores e Presidentes (também os Senadores) mais votados no Estado e no País repetem suas primeiras posições na cidade. Isso mostra que o eleitorado barrosense capta bem o clima das eleições no país.

c)  O mesmo não acontece nas cidades que nos circundam. Nossas maiores vizinhas, Barbacena e São João Del Rei, tem se posicionado de maneira firme em torno de projetos políticos específicos, especialmente nas duas últimas eleições. Não à toa. Em 2010 os barbacenenses tiveram um candidato ao Governo do Estado e, agora, os sanjoanenses podem ver um político da terra se tornar Presidente da República, 30 anos depois do choque da morte de Tancredo Neves. As duas cidades são polos de irradiação política e influenciam sobremaneira as cidades mais próximas a elas. No último domingo Dilma venceu o primeiro turno em Barbacena e venceu também em Santos Dumont; Alfredo Vasconcelos; Carandaí; Ibertioga; Ressaquinha… Do nosso lado esquerdo da BR, Aécio venceu em São João del Rei e venceu também em Dores de Campos; Tiradentes; Santa Cruz de Minas; Ritápolis; São Tiago; Lagoa Dourada; Coronel Xavier Chaves; Resende Costa…

Pelo seu tamanho, sua importância e pela sua tradição de independência, mas também pela quase exata equidistância entre as duas cidades polo-políticas de nossa microrregião, Barroso se mantém soberana e independente. A cidade se encontra precisamente na fronteira entre dois blocos de municípios de orientação política díspares (PSDB/PMDB). Em 2010, não votou com Barbacena em Hélio Costa e, no último domingo, não votou com São João em Aécio. Nos dois turnos, porém, votou em quem venceu. Por isso as eleições em Barroso são tão interessantes. O resultado das urnas barrosenses no segundo turno ainda é incerto, mas a se confirmar a tradição, provavelmente nos dirá o nome do futuro Presidente do Brasil.

Resultado das eleições no Brasil

 

Brasil

1º turno

(2010)

Brasil

1º turno

(2014)

Dilma (PT)

46,90%

41,57%

Serra/Aécio (PSDB)

32,61%

33,58%

Marina (PV/PSB)

19,32%

21,31%

 

Resultados das eleições em Minas Gerais

 

Minas Gerais

1º turno

(2010)

Minas Gerais

1º turno

(2014)

Dilma (PT)

46,98%

43,47%

Serra/Aécio (PSDB)

30,76%

39,75%

Marina (PV/PSB)

21,25%

14%

 

Resultado das eleições em Barroso

 

Minas Gerais

1º turno

(2010)

Minas Gerais

1º turno

(2014)

Dilma (PT)

56,72%

52,98%

Serra/Aécio (PSDB)

29,17%

32,27%

Marina (PV/PSB)

13,37%

11,8%

 

 

por Antônio Claret

 

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