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É fato: a maioria da população barrosense prefere discutir a situação Barroso x Holcim, ou seja, poluição versus cidade, apenas no “fantástico” mundo do facebook, na internet, onde a vida é muito mais cômoda e a maioria da sua “população” não consegue chegar, sequer, ao final desta matéria, porque simplesmente não carregam o precioso hábito de ler ou então não querem voltar atrás nas suas opiniões formadas e bitoladas sobre o assunto poluição em Barroso.

A oportunidade que os barrosenses tiveram para confrontar suas dúvidas contra a possível emissão de gases tóxicos, por exemplo, passou praticamente em branco.

Em audiência pública, agendada cordialmente entre Holcim e Câmara Municipal, a maioria da população deu as costas para um dos temas mais polêmicos e debatidos nos últimos 50 anos, ou seja, a possível poluição da cimenteira na cidade.

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Coube aos vereadores, representantes da população, o jornal Barroso EM DIA, único meio de comunicação presente, e alguns poucos cidadãos, os questionamentos a empresa que, através de funcionários, inclusive do Rio de Janeiro e São Paulo, marcaram presença na reunião.

O convite do Legislativo barrosense partiu do vereador Fernando Terra (PP), e de acordo com o edil, tinha como objetivo o esclarecimento da Holcim a população barrosense com relação ao resultado de uma pesquisa com ovos realizada pela barrosense Valéria Nacif, vice coordenadora da Organização de Desenvolvimento Sustentável e Comunitário (ODESC), de Barroso. Ouça a entrevista do vereador. Clique na imagem abaixo:

 

 

Porém, além de discutir o resultado da pesquisa, que por sinal, é alarmante, a reunião teve embates sobre o pó que é jogado pelas chaminés, números de casos de câncer em Barroso e a regularização de um conselho fiscalizador que possa ter acesso aos produtos que serão co-processados pela Holcim.

O gerente de fábrica da Holcim, João Butkus, fez uma apresentação ao lado da Assistente Comercial Joana Gonçalves Angelo. Os funcionários da empresa mostraram a importância do destino do lixo no mundo e o trabalho de co-processamento realizado pela cimenteira.

Em seguida, o vereador Fernando Terra fez perguntas relacionadas à entrada dos produtos que serão co-processados e declarou que um levantamento feito por ele, os números de casos de câncer em Barroso, não são alarmantes, comparado a outros municípios. “Pedimos que uma cópia da lista destes produtos que são co-processados seja enviada também a Câmara. É uma forma de termos o controle e mostrar a população, quando questionados, o que está sendo co-processado em Barroso”, declara o vereador.

A irmã da pesquisadora Valéria Nacif, Clarisse Nacif, que documentava a reunião, assim como a Fábrica, também tocou no assunto dos casos de câncer, falou da preocupação “eterna” da irmã com a população barrosense e chamou atenção também para o número de doenças respiratórias no município.

Os funcionários responderam todos os questionamentos dos presentes e ainda convidou um morador do bairro do Rosário para visitar a fábrica à noite, quando segundo o morador, é quando sai à maior quantidade de pó nas chaminés. João explicou a situação da fumaça e da emissão do pó e adiantou que a Holcim já comprou um novo filtro no valor de 15 milhões de dólares, que irá ajudar no controle da emissão no próximo ano. 

Ouça a entrevista do gerente. Clique na imagem abaixo:

 

Sobre os Pcb´s, furanos e dioxinas, resultantes da pesquisa de Valéria, a empresa declarou que não tem como comprovar que o que foi encontrado nos ovos coletados sejam decorrentes do co-processamento realizado pela Holcim, uma vez que qualquer combustão pode resultar nestas substâncias. Porém, diante do Secretário de Saúde, Luiz Moreira, que estava presente, a Câmara pediu, através da vereadora Wanderléia Napoleão (PPS), que seja feito um acompanhamento desta pesquisa na cidade, já que os índices apontadas pela pesquisadora ultrapassam o sinal de alerta.

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Apesar dos “conflitos” a reunião manteve a ordem e durou cerca de três horas. “Saio daqui, confesso, ainda sem uma opinião formada sobre o assunto. A Holcim trouxe os números que tem, nós respeitamos, mas não consigo ainda formar uma opinião mesmo depois desta reunião e até de outros encontros que tive fora de Barroso, sobre o assunto. Pretendo me aprofundar ainda mais no assunto para poder formar minha opinião”, diz Fernando Terra.

Com exceção do vereador Antonio Claret (PSDB), o Tonho, que não estava presente, e do vereador Edison Campos (DEM), o Zeca, que não quis falar, todos os vereadores fizeram questionamentos a empresa que respondeu todas as perguntas.

Portanto, a população barrosense, que vive em torno de críticas a Holcim, perdeu mais uma, já em outras várias, oportunidade de debater o futuro da cidade e principalmente a saúde dos seus filhos e netos que virão.

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