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________ No dia 5 de outubro deste ano, três semanas após a edição 117 deste jornal, nós estaremos participando da maior festa dos regimes democráticos, ou seja, a escolha pelo voto direto, livre e secreto dos nossos representantes nos poderes executivo e legislativo em nível estadual e federal. Elegeremos o(a) presidente da República, um senador, um deputado federal, o governador do Estado e um deputado estadual. O lamentável é que, a cada nova eleição, infelizmente, há um desencanto cada vez maior pelo exercício desse ato de cidadania, com o aumento dos votos nulos e em branco e com as abstenções. O povo tem constatado, com decepção, que muitos daqueles aos quais confia seu voto para defesa dos interesses de todos os cidadãos brasileiros, logo depois de empossados e tendo garantidos seus altos salários por pelo menos quatro anos, dão uma “banana” para seus eleitores. Esquecem-se das promessas feitas durante as campanhas e passam a cuidar prioritariamente dos próprios interesses, buscando aumentar seus patrimônios, desfrutar de mordomias muitas e caras, e se envolvendo em maracutaias rentáveis. E, o que é pior, não se envergonham minimamente. As maravilhosas promessas pré-eleitorais de um Brasil melhor, com menos impostos, com melhores salários e menos desemprego, com educação pública de alto nível, com saúde a tempo e a hora também para os pobres, com segurança para todos irem e virem, promessas que os brasileiros mais idosos, como eu, já ouviram em dezenas de campanhas eleitorais no passado, e repetidas na atual, caem no esquecimento logo depois da posse dos eleitos. 

Quem tenta se reeleger tem a cara de pau de prometer de novo o que já tinha prometido, e não cumpriu nos seus quatro anos anteriores de mandato. Os que estão se candidatando pela primeira vez, sem sentir vergonha, prometem o paraíso de que somente eles desfrutarão, se eleitos, e passarão quatro anos para voltarem na eleição seguinte com o mesmo canto de sereias enganadoras.

Vem aí mais uma eleição. Apesar de todas as decepções que já tivemos com as velhas raposas profissionais da nossa classe política, que até agora, mandato após mandato, se perpetuam pendurados nas tetas suculentas do poder, não podemos “desistir do Brasil”, como preconizou o falecido candidato Eduardo Campos no Jornal Nacional, na véspera de sua trágica morte. Vamos tentar mais uma vez. Vamos analisar seriamente os candidatos e, se não conseguirmos identificar os ótimos, pelo menos votemos nos que parecem menos ruins. Se escolhermos mal, teremos quatro anos para lamentar nossa burrice, pois, segundo um velho ditado, “todo povo tem o governo que merece” e que ele próprio escolheu. 

Por Paulo Terra

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