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A médica Myriam Priscila de Rezende Castro, de 34 anos, condenada a seis anos de prisão por ter cortado o pênis do ex-noivo em 2002, teve o direito de responder pelo crime no regime semiaberto suspenso. De acordo com o juiz Marcelo Augusto Lucas Pereira, da Vara de Execuções Penais, ela cometeu uma falta ao não comunicar à Justiça que não estava saindo do presídio para trabalhar, mas para procurar um novo emprego, já que ela teria sido dispensada do trabalho anterior. A decisão foi tomada na última sexta-feira (5) e nessa segunda-feira (8), Myriam não deixou a unidade prisional.

De acordo com o Pereira, Myriam teria pedido a concessão de trabalho em junho deste ano, apresentando proposta de emprego do Instituto Infantil Nosso Filho, no bairro Jardim Alvorada, na região Noroeste de Belo Horizonte. Ela teve o aceite do pedido e, até então, a Justiça acreditava que ela estava trabalhando no local.

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Contudo, atualmente, a defesa da mulher, apresentou uma petição alegando que desde o primeiro dia de serviço, Myriam teria sido dispensada das atividades e que ela teria começado a procurar outro emprego. Ela conseguiu uma oportunidade no Programa de Saúde da Família na Prefeitura de Ibirité, onde começou a atuar desde o dia 4 de agosto deste ano. Assim, a mulher pedia autorização para permanecer fora do Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto, no bairro Horto, região Leste da capital, das 6h às 19h.

Sem comunicar, a mulher saía da unidade prisional como se fosse trabalhar, mesmo sem ter conseguido um novo emprego. Além disso, ela teria encontrado um novo trabalho, sem primeiro pleiteá-lo junto ao juiz. Ainda, de acordo com o que o juiz descobriu junto ao novo empregador, Myriam não estaria cumprindo corretamente o horário de trabalho, “gerando transtornos no atendimento dos pacientes”, afirma o juiz no texto da decisão.

De acordo com o advogado de Myriam, Giovanni Caruso Toledo, o motivo do pedido para que a médica deixasse o presídio às 6h foi a dificuldade encontrada por ela para cumprir o horário de entrada na unidade de saúde em que trabalha como clínica geral, devido ao deslocamento. Segundo o defensor, Myriam deveria começar o trabalho às 8h, mas como saía da unidade prisional às 7h e o caminho é longo, sempre se atrasava. “O atendimento dela não causava transtorno, pelo contrário, o atraso é que causava”, explicou.

O advogado já entrou com pedido para que seja dado vista ao Ministério Público e agendada uma audiência de justificação, com urgência. “Se ocorrer a revogação, naturalmente, eu vou interpor um recurso, mas temos que aguardar”, disse o Toledo.

Além de ter o direito para sair do presídio para trabalhar suspenso, Myriam também não possui mais autorização para deixar a unidade prisional por nenhum outro motivo. A pena dela está prevista para ser cumprida em 31 de março de 2020.

Com informações foto do O Tempo.

http://www.otempo.com.br/cidades/m%C3%A9dica-que-mandou-castrar-ex-noivo-tem-direito-de-trabalhar-suspenso-1.912445

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