Em tempos de Natal, pensei em escrever sobre o Papel Noel. Mas, certamente, haveria alguém a acusar-me de “comunista” porque o Velhinho usa roupa vermelha…
Pensei, ainda, em escrever sobre Jesus. Mas, certamente, alguns diriam que sou de esquerda porque o sangue de Cristo jorrado na Cruz, é vermelho…
Então, mudei de tática. Pensei em escrever sobre Maria, mas muitos diriam que sou de direita, já que o manto de Nossa Senhora é azul como a cor do PL…
Em resumo, está ficando difícil a vida em uma sociedade tão dividida. No último mês, essa coluna e seu responsável foram ofendidos aos borbotões nas redes sociais por, apenas, defender um ponto de vista… Ou seja, não se pode mais sequer pensar diferente. Se não está de acordo com o que este ou aquele pensa, não presta e merece ser apagado de nossa sociedade.
Mas a vida continua. E é preciso que nós tenhamos consciência que o convívio social comporta ideias e ideais diversos. O fato de não concordar com a opinião de alguém, não nos dá o direito de ofendê-lo e tê-lo como menor do que nós. Apenas pensamos diferente, o que, em uma democracia, é salutar. A mudança de pensamento é uma situação normal em uma sociedade, basta ver as constantes mudanças de modo de vida durante os últimos séculos. E defender o que pensamos é ainda mais importante.
Então, gostaríamos de chamar a atenção dos leitores para essa dicotomia de opiniões. Não importa como cada um de nós pensa. O que importa é que somos seres sociais e temos todo o direito de pensar e defender nossos ideais e pensamentos. E não é por isso que sou maior ou menor do que os outros. Isso é apenas o papel de um cidadão consciente e sabedor de que sua opinião é muito importante, embora não seja mais importante do que a dos outros.
Ofender o próximo porque ele pensa diferente do que nós é, no mínimo, uma falta de respeito. É como muito bem disse Voltaire: “Posso ser contrário a tudo que tu dizes, mas lutarei até a morte pelo seu direito de dizer”.
Que o menino Deus que, mais uma vez, nasça em nossa sociedade cristã, possa nos ajudar a respeitar a todos, independente de sua opinião ou crença.
Afinal, somos humanos e cidadãos, que é o mais importante.
por Gian Brandão