Muito se fala no dia da emancipação de Barroso , mas o que aconteceu naquele dia?
Começa a alvorada festiva no dia 12 de dezembro aqui no Barroso, fogos de artifício, a banda de música tocando marchas e dobrados por todo o centro, os sinos das duas igrejas no centro dobravam (sim, no atual centro existiam duas igrejas, a atual matriz de Sant’Anna, com toda a sua imponência, e, a capela do Rosário, que antes era a matriz, simples e ali mostrando a história e trajetória da cidade, mas dizendo que um dia foi senhora dessas terras que tinham um punhado de casas e ela ali imponente) , dizendo ao povo que Barroso era “independente”.
Lá do Padre Brito ouvia-se o barulho dos fogos de artifícios e diziam: “ah o Barroso agora elevou a município!”.
O dia todo sendo comemorado a nossa emancipação e a noite jantares glamourosos no teatro (sim, existia um teatro no centro da cidade) com discursos fervorosos daqueles que faziam parte da comissão emancipadora (Geraldo Napoleão de Souza, Silvano Albertoni, José Augusto de Souza – Ziquita, José Pio de Souza – Nenzinho, Epifanio Barbosa – Pipiu, Jose da Silva Pinto – Inhoinho Pinto e Brasilino dos Reis Melo), missas em ação de graças onde o Padre Luíz elogiava o esforço do povo barrosense para conseguir sua “independência”.
Nascia então um novo Barroso e quase que em um novo Brasil, um país diferente, mais industrializado, mais progressista. Barroso então olha para frente, foca no futuro e como um jovem “rebelde” que não ouve os conselhos de seus “pais”, ele começa a correr sem saber para onde ir e qual o caminho seguir, mas como dizia o filósofo Sêneca : “Não há vento favorável para um barco que não sabe para onde ir”.
Tomamos o caminho do futuro, do progressismo, da cidade industrial e hoje, aos 72 anos, vivemos o futuro que foi fervorosamente proclamado a 40, 50 , 60 anos atrás. Que possamos aprender com o passado, olhar para trás não é saudosismo e sim aprendizado.
“Não podemos reconstruir o passado, mas ignorá-lo é escolher o vazio e talvez o que falte ao presente não seja mais futuro, mas memória.”
Por Eustáquio Silva

