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“Perfumes sempre seguiram o ritmo dado por um mestre perfumista. Perfume, na verdade, é considerado uma arte: um ofício emocional, impregnado de memória e técnica. A inteligência artificial pode misturar aromas, mas não compreende o contexto cultural, a ressonância emocional, nem possui a sensibilidade artística por trás de um grande perfume. […] Os dados e a tecnologia não têm emoções, espírito ou alma. Não substitui a magia. Perfumistas humanos fazem a magia acontecer. Há coisas que você simplesmente não consegue calcular”. – Vogue Brasil edição janeiro de 2023.

“Imagine um perfume que se transforma como um camaleão ao longo dia… Pense em um chatbot que te ajuda a entender suas preferências olfativas melhor do que você jamais conseguiria sozinho. […] Casas de fragrâncias consagradas estão vivendo dessa realidade: fragrâncias geradas com ferramentas que aceleram o processo de desenvolvimento, que prevê as emoções que irá despertar através da neurociência, que conecta preferências de fragrâncias dos consumidores por meio de análise de dados, entre outras.” – Vogue Brasil edição outubro de 2025.

Em um espaço de aproximadamente 30 edições da revista Vogue Brasil, a inteligência artificial (IA) teve um papel fundamental: expandir os limites e revolucionando vários setores – inclusive o da beleza – em uma maré crescente.

Os diversos setores abraçaram de vez a inovação digital… E a IA pode realmente criar boas coisas? Inéditas?? Trazer há muito esquecidas???

OS INOVADORES ACREDITAM QUE SIM.

Devemos utilizar da IA para apoiar. Nos familiarizar com ela. Estar aberto a explorar como a IA pode complementar o trabalho: descobrindo e prevendo! Só que a IA não funciona sozinha, depende inteiramente da qualidade das informações que fornecemos. Ela precisa ser treinada e enriquecida, considerando milhões  de parâmetros. A IA ainda precisa do toque humano.

Ouço que a IA vai substituir a contabilidade (e uma infinidade de profissões também). A parte que assusta? Tem gente que realmente acredita. Ela é uma ferramenta, não uma substituição total do ser humano e, embora a IA possa ser uma ferramenta poderosa, acredito que ela cria uma certa distância, um tipo de lacuna que rompe a conexão genuína e íntima que construímos com outras pessoas e nosso saber. Há, também, riscos ligados ao uso indevido de dados, à falta de transparência dos algoritmos, à possibilidade de manipulação da informação, e como se não bastasse, a autonomia crescente das máquinas suscita debates éticos sobre responsabilidade e limites.

A IA tanto traz promessas quanto cautela. Depende de como é conduzida.

por Ana R. Melo

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