Começa com uma brincadeira. Um elogio a uma parte do corpo que pode passar por um abraço ou beijo inapropriado ou até a convites para “falar do trabalho” com vinho depois do expediente. São nos detalhes que os casos de assédio sexual aparecem e dispararam nas denúncias à Justiça do Trabalho de Minas Gerais.
Somente em 2023, o estado registrou 553 ações trabalhistas com base nesse tipo de assédio movidas, em sua esmagadora maioria, por empregados contra seus superiores.
Os dados são do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e apontam um crescimento de quase 63% em relação a 2022, onde 347 processos foram abertos para serem julgados pelo Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT-3).
No recorte dos últimos cinco anos, as denúncias formalizadas não ultrapassaram 400. Foram 343 em 2019, 287 em 2020 – ano de início da pandemia e do aumento do teletrabalho -, 397 em 2021, e 347 e 553 nos dois anos seguintes, respectivamente.