O número de mortes nas estradas federais da região no último ano teve um decréscimo próximo a 12% em relação a 2022, enquanto o número total de acidentes quase se manteve o mesmo, com uma elevação de 1,77%, conforme balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgado nessa segunda-feira (8).
Na perspectiva do órgão, isso simboliza que os acidentes que ocorreram na BR-040 e BR-267 em 2023 foram menos graves, resultando em 61 mortes; em 2022, foram 69. Já nas estradas fiscalizadas pela Polícia Militar Rodoviária na Zona da Mata, a queda foi ainda mais acentuada, uma redução de 25% nos óbitos.
A queda de 3% na gravidade dos casos reforça o cenário atenuante dos acidentes severos nas estradas federais da região, ainda que, em contrapartida, as taxas de pessoas feridas tenha crescido 6% no mesmo período. Os trechos entre o km 591 ao 831, da BR-040, e do km 60 ao 212, da BR- 267, são os considerados pelo levantamento da PRF, que identificou também as principais condições que levaram aos óbitos nessas vias.
O responsável pela comunicação social da PRF em Juiz de Fora, Junie Penna, destacou, no entanto, que diferente do trânsito urbano, as rodovias possuem seus próprios riscos e peculiaridades. “As velocidades são mais altas, e o tempo de reação precisa ser mais acurado”, ele destacou, ao observar que o município funciona como uma cidade-polo que movimenta a economia da região e acaba, por consequência, tendo um volume significativo de pessoas se deslocando pelas estradas.
Entre os motivos dos acidentes fatais nas estradas também estão elencados casos em que os pedestres caminhavam pela pista – para além de uma responsabilização apenas dos motoristas. Em seguida, aparece como causa a reação tardia ou ineficiente do condutor, assim como ausência de reação. Outras dinâmicas de trânsito que resultaram em óbitos foram o tráfego na contramão, acesso a via sem observar a presença de outros veículos, manobra de mudança de faixa, pedestre cruzando a pista fora da faixa e avarias e/ou desgaste excessivo de pneu.
São citados ainda ocorrências em que o motorista dormiu ao volante, realizou conversão proibida, entrada inopinada do pedestre, ingestão de álcool ou de substâncias psicoativas pelo pedestre, acúmulo de areia ou detritos sobre o pavimento, animais na pista, chuva, curva acentuada, demais falhas mecânicas ou elétricas, pista escorregadia, restrição de visibilidade em curvas horizontais e retorno proibido. Vale observar, porém, que um acidente fatal pode ter registrado mais de uma infração de maneira concomitante.
Apesar dos óbitos registrados ao longo das rodovias, a diminuição dessa taxa representa, para a PRF, uma articulação multifatorial que reflete na segurança da população. “A gente precisa analisar a segurança sobre diversos aspectos além da própria estrada. Eles vão desde fatores da segurança subjetiva, como as pessoas estarem se sentindo seguras enquanto viajam, como também a segurança objetiva.” Nesse último caso, Junie Penna menciona que ela seria caracterizada por ações em conformidade com as leis de trânsito.
No que toca a ação da polícia, o agente conta que cabe a eles diariamente fazer uma coleta e análise de dados, para que a partir dessas informações sejam elaboradas novas ações pelo órgão. Nesse sentido, o trabalho não segue um fluxo linear na identificação de crimes ou infrações de trânsito, uma vez que ela é composta por diferentes frentes.
A fiscalização durante abordagem nas estradas, denúncias que chegam até a delegacia da PRF ou operações programadas pelo serviço de inteligência de órgãos de segurança pública são meios usados durante a atuação nas estradas. “É muito importante a gente lembrar a comunidade que conte com a PRF, para que a gente possa, diante das informações repassadas, fazer com que essas informações deixem de ser somente informações e passem a ser um dado, um conhecimento específico que vai gerar, por efeito, mais segurança.”
Via Tribuna de Minas