Trincas no asfalto, gargalos no trânsito, falta de passarelas e média de quase cinco acidentes por dia em 2023. Essa é a realidade da BR–040 às vésperas do fim do contrato de privatização, previsto para a próxima sexta-feira (18 de agosto).
Sob gestão da Via 040 há quase uma década, a rodovia será devolvida ao governo federal com 78 km duplicados – apenas 12 km em Minas – dos 557,2 km previstos em contrato, ou seja, 14% do prometido, cinco passarelas das 50 pactuadas no edital e um saldo de mortes que a coloca à frente da “rodovia da morte”, a BR–381, em acidentes com perdas de vida.
Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), de 2023, mostram que a BR–040 já é mais letal que a BR–381, conhecida como a “rodovia da morte”. Entre janeiro e julho deste ano, foram 1.023 acidentes, com 1.277 feridos, sendo mais de 300 das colisões graves, e 91 vidas perdidas na 040, no trecho da rodovia que corta as cidades mineiras. No mesmo período, a BR–381 registrou 79 mortes.
Para o especialista em segurança do trânsito Rodrigo Mendes, a explicação para o alto número de óbitos na BR–040 pode estar no grande fluxo de veículos associado à falta de separação das faixas – que contribui para o aumento de colisões frontais – e às curvas perigosas existentes no trecho entre Belo Horizonte e Lafaiete.
Imprudência, acredito ser a maior causa destes acidentes. Atualmente, os condutores de veículos não estão respeitando as Leis de Trânsito como excesso de velocidade, ultrapassagens, veículos sem manutenção, uso de bebidas e telefone.