FOTO: Fernando Frazão/Agência Brasil
Salas lotadas, excesso de trabalho, cansaço, baixa remuneração, pandemia e agora o pânico. Além dos problemas já conhecidos, a onda de ataques e ameaças de massacres nas escolas piora a saúde mental dos professores, que podem entrar em “colapso”. É o que apontam especialistas e representantes da classe, que também estão preocupados com os alunos.
“Os professores têm sofrido muito com essa onda de terrorismo e violência que tem tomado conta através das fake news nas redes sociais. Muitos têm sido acometidos ainda por medo de serem responsabilizados, caso aconteça alguma coisa”, disse a presidente do Sinpro-MG, Valéria Morato.
O adoecimento foi revelado também em pesquisa da Nova Escola e do Instituto Ame Sua Mente em 2022. Foi mostrado que 21,5% dos educadores brasileiros consideram a saúde mental ruim ou muito ruim. A percepção deles piorou em relação a 2021, quando era 13,7%.
Entre as principais reclamações, o aumento da ansiedade (60,1%), baixo rendimento e cansaço excessivo (48,1%) e problemas com o sono (41,1%).
“Ansiedade, angústia, queda de energia, sentimento de que não está sendo útil e vontade de não ir trabalhar. Se temos esse cenário agravado na pandemia e agora soma essa questão da ameaça de violência, os professores entram em colapso”, alerta.
Para o sociólogo, um dos motivos da onda de ataques está na cultura da violência instalada no país. “Os alunos estão achando que viram celebridades sendo violentos. Estamos perdendo a batalha de formação das crianças e adolescentes porque só falamos de nota e não percebemos o que está acontecendo com o psicológico deles. Precisamos voltar a falar da cultura da paz, mostrando que a violência acaba com a vida deles”.
Via Hoje em Dia