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2020, ano que a pandemia chegou, fim do ano não tínhamos muito o que comemorar… muitas perdas, um ano triste… estar vivo era a comemoração mais adequada a ser feita.

2021, passado o pior momento da pandemia, fim do ano ainda estava estranho, recuperando das centenas de milhares de perdas devido a covid. 693 mil, este é o número atual.

2022, diferente dos dois últimos anos, fim deste ano pode ser mais leve, sempre com a esperança que as metas estipuladas para o novo ano possam ser cumpridas.

O que os anos de 2020, 2021 e 2022 possuem em comum, é que eles e os últimos anos não foram fáceis para quem luta pela educação pública, gratuita, de qualidade e com valorização profissional, especialmente, dos professores e pesquisadores. O pesquisador e a ciência são sufocados diariamente no Brasil.

O mês de outubro eu escrevi sobre minha indignação como a universidade pública e a educação são tratadas no país. Para novembro eu iria manter o tema, desviando para como é ser pesquisador em universidades no Brasil, pois a promessa de liberação de recursos dias após anúncio dos cortes em outubro não foram feitas, afetando diretamente o pesquisador. Infelizmente, novembro não foi um mês fácil e meu pai veio a falecer, então não houve publicação. Em um breve rascunho, para não ficar esquecido nas minhas notas de computador e porque o tema é tão importante: “Ser pesquisador em Universidade não é emprego, mas é trabalho. O que era para ser uma conquista, vira um fardo. Ainda assim, a ciência brasileira tem boa reputação no exterior e é de altíssima qualidade, mas com os sucessivos cortes orçamentários na ciência do país, ela passa a ser feita por amor e se torna cada vez mais elitizada, menos diversa e mais desmotivada. Os pesquisadores encontram como solução sair do país em busca de melhores condições financeiras e mais reconhecimento e mérito. Quem perde com isso é a economia, pois o Brasil é capaz de produzir mesmo com cortes, mas não em tempo hábil para competir e/ou vender no mercado internacional. Ciência não é gasto, é investimento”.

Para o mês de dezembro – com a pegada de fim de ano e encerrar ciclos – resolvo escrever agradecendo mais um ano sendo colunista. Escolhido um tema, envolve minhas opiniões, meu ponto de vista, minha filosofia de vida juntamente com meus ideais… enfim, o que acredito verdadeiramente, mas sempre baseado em fatos e não em inverdades. O desafio é grande, pois envolve escrever para uma cidade onde sabemos que não irá agradar a todos, principalmente em uma época que tudo encontra-se tão dividido devido ao cenário político recente.

O desafio é grande e gratificante. Portanto, deixar registrado nessa coluna, o agradecimento ao Bruno Ferreira pelo convite para ser colunista. Não menos importante, agradecer aos leitores do Jornal Barrosoemdia e, em especial, os leitores desta coluna que me param na rua ou mandam recado com seus elogios e observações.

Desejo que 2023 seja um ano de encontros nos diferentes espaços-tempos de luta, regido pela esperança!

Boas festas! Feliz Ano Novo para todos nós!

por Ana R. Melo

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