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O ministro do Turismo, Carlos Brito, disse nessa quarta-feira (21), durante coletiva na feira de turismo Abav Expo, que estará sábado (24) em Belo Horizonte para receber da Associação Mineira dos Produtores de Queijo Artesanal (Amiqueijo) o pedido de candidatura do “Modo de fazer do Queijo Minas Artesanal” como Patrimônio Imaterial da Humanidade da Unesco, braço da Organização das Nações Unidas (ONU) para a ciência e a cultura. O evento contará com a presença do governador Romeu Zema.

Brito deverá vir a Minas acompanhado da presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Larissa Peixoto, e do diretor do Patrimônio Imaterial, Roger Vieira. Segundo o ministro, o queijo mineiro será o primeiro patrimônio da cultura alimentar do Brasil. Depois do anúncio, ele foi ao estande de Minas Gerais na feira degustar o Queijo Minas Artesanal (QMA).

O dossiê foi produzido pelo governo do Estado para realizar as tratativas âmbito internacional junto à Unesco. Segundo João Leite, presidente da Amiqueijo, o registro do queijo como patrimônio imaterial significa a valorização da cultura gastronômica queijeira. “Entendemos que essa valorização contribuirá em muito para a sustentabilidade e perenidade dessa cadeia produtiva”,  destaca.

Após o lançamento do pedido de candidatura à Patrimônio Imaterial da Humanidade, o pedido severá ser encaminhado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que aguardará o envio do dossiê pelo governo de Minas Gerais para realizar as tratativas em âmbito internacional junto à Unesco.

Se passar pelo crivo da Unesco,  o “Modo de fazer do Queijo Minas Artesanal” estará ao lado de outros seis bens já tombados imaterialmente: a arte Kusiwa (pintura corporal e arte gráfica Wajápi); o círio de Nossa Senhora de Nazaré; o Complexo Cultural do Bumba-meu-Boi do Maranhão; o frevo pernambucano; a roda de capoeira e o samba de roda do Recôncavo Baiano.

E será ainda um dos poucos patrimônios da cultura alimentar mundial, ao lado da dieta mediterrânea, da refeição “à moda francesa”, da gastronomia tradicional mexicana da região de Michoacán, do pão de gengibre do norte da Croácia, do Washoku, sistema alimentar e culinário tradicional dos japoneses, e do “modo de fazer” do cuscuz da Argélia, Mauritânia, Marrocos e Tunísia.

História 

“O modo de fazer do queijo artesanal” foi reconhecido na região do Serro em 2002 pelo Iphan, sendo o primeiro patrimônio bem cultural a ser registrado como Patrimônio Imaterial do Brasil.

Em 2008, o “modo artesanal de fazer o queijo de Minas” foi reconhecido nacionalmente pelo órgão federal, mas desta vez contemplando as regiões do Serro, Serra da Canastra, Serra do Salitre/Alto Paranaiba.

Em 2021, com a revalidação do registro pelo Iphan, o bem cultural teve seu título alterado para “modos de fazer o Queijo Minas Artesanal” , ampliando o território de abrangência para a região de Araxá, do Campo das Vertentes, das Serras da Ibitipoca, do Triângulo Mineiro, de Diamantina e de Entre Serras da Piedade.

Hoje, o Estado de Minas Gerais é o maior produtor de leite e queijo do país. Os queijos artesanais produzidos a partir do leite cru já têm reconhecimento internacional e foram premiados nos últimos anos em concursos internacionais como o Mondial du Fromage et des Produits Laitiers, na França.

Via O Tempo

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