Nem nossos filhos são como nós. Somos todos, todos, sem exceção, diferentes uns dos outros. E ao que parece, este é, ou pelo menos deveria ser, o segredo da vida: viver em paz sabendo que ninguém é igual a ninguém. Mas tem sido um desafio viver em meio às diferenças. Um obstáculo duradouro e espinhoso. Nunca antes na história deste país foi tão difícil viver com ideias e ideais antagônicos. Aliás, mais do que viver, conviver com as diferenças, pensamentos e posicionamentos adversos, tem sido um desafio na cozinha e nos grupos. De um lado, pessoas escondem e emitem opiniões com medo do contraditório repulsivo e agressivo. Do outro, pessoas ofendem e incriminam achando que se trata de opinião.
Cores, raças e crenças, vão ano, vem ano, ganham ruas e perdem a razão. Na beira do abismo, um solene colorido que contrasta com uma cor única e dolente. Na outra extremidade, uma realidade abissal e avassaladora. E entre latas vazias e tanques cheios, as lágrimas que ontem escorreram de dor, divergem daquelas que idolatram heróis públicos. Pobre brasil, brasileiro, deitado eternamente na sombra de incompetentes, que agora seguram coldre e a palavra do senhor ao mesmo tempo, na mesma mão, como se fora troféus. E a poucos metros das urnas já vislumbramos, que independente do que aconteça, pouca coisa vai mudar, a polarização, o ódio, continuará entre nós e viver a diferença continuará impossível. Não está sendo fácil viver assim e não vai acabar em outubro próximo!
por Bruno Ferreira