É notório que a pandemia da Covid-19 vem causando um profundo impacto nas estatísticas vitais da população mineira. No Estado, além das mais de 50 mil vítimas fatais atingidas pela doença, o novo coronavírus já está alterando a demografia de uma forma nunca vista antes. Desde de 2003, quando se iniciou a série histórica dos dados estatísticos dos Cartórios de Registro Civil de Minas Gerais, nunca se morreu tanto e se nasceu tão pouco em um primeiro semestre como neste ano de 2021.
Este resultado é a menor diferença já vista entre nascimentos e óbitos nos primeiros seis meses do ano, confirmado pelos dados que constam no Portal da Transparência do Registro Civil (https://transparencia.registrocivil.org.br/inicio). A base de dados é abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil).
Além disso, ainda são cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros.
Tudo isso significa que, em números absolutos, os Cartórios mineiros registraram 103.181 óbitos até o final do mês de junho. O número, que já é o maior da história em um primeiro semestre, é 70,8% maior que a média histórica de óbitos no Estado, e 54,6% maior que os ocorridos no ano passado, com a pandemia já instalada há quatro meses no Estado. Já com relação a 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o aumento no número de mortes foi de 59,4%.
Com relação aos nascimentos, Minas Gerais registrou o menor número de nascidos vivos em um primeiro semestre desde o início da série histórica em 2003. Até o final do mês de junho foram registrados 125.736 nascimentos, número 8,9% menor que a média de nascidos no Estado desde 2003, e 2,64% menor que no ano passado. Com relação à 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o número de nascimentos caiu 6,76% em Minas Gerais.
O resultado da equação entre o maior número de óbitos da série histórica em um primeiro semestre versus o menor número de nascimentos da série no mesmo período é o menor crescimento vegetativo da população em um semestre no Estado, aproximando-se, como nunca antes, o número de nascimentos do número de óbitos. A diferença entre nascimentos e óbitos que sempre esteve na média de 77.605 mil nascimentos a mais, caiu para apenas 22.555 mil em 2021, uma redução de 70,9% na variação em relação à média histórica. Em relação a 2020, a queda foi de 63,8%, e em relação a 2019 foi de 67,8%.
Com informações: Lavras 24 Horas