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Festejada pelo governo, a reação da economia brasileira de janeiro a março passou distante da batalha de milhares de trabalhadores afetados pelo agravamento da crise do emprego, neste ano, no país e em Minas Gerais.
Sem oportunidade ou nem sequer a esperança de encontrar vaga, 1,482 milhão de pessoas no estado vivem rotina de exclusão, representada pela maior taxa de desemprego em nove anos, de 13,8% medidos no primeiro trimestre de 2021 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Brasil, são 14,8 milhões de pessoas que não estão trabalhando, retratadas numa taxa de desocupação também recorde, de 14,7%.
Em toda a série histórica de dados do instituto, que acompanha o comportamento do mercado de trabalho desde 2012, o drama em Minas nesse começo de ano conturbado pela falta de controle da pandemia de COVID-19 e a lenta vacinação só se compara ao início de 2017, período ainda influenciado pela recessão da qual o país estava saindo naquela época. No primeiro trimestre daquele ano, o nível de ocupação havia alcançado 13,7% e sacrificava 1,491 milhão.
De janeiro a março último, o desemprego no estado teve expressivo crescimento em relação às taxas de 12,2% de outubro a dezembro último – trimestre que parecia indicar uma recuperação de vagas, agora descartada – e de 11,5% no primeiro trimestre de 2020. Além das restrições que a doença respiratória impôs à economia, a deterioração do emprego reflete o baixo fôlego do setor de prestação de serviços e da indústria no estado, como observa o analista Alexandre Veloso, da regional do IBGE em Minas, ao analisar os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad)