Enquanto o país vive o fantasma de uma possível terceira onda de Covid-19, prefeitos e secretários de Saúde de municípios do interior de Minas clamam por um quantitativo maior de vacinas para salvar vidas. Em várias cidades, não chegaram doses suficientes para imunizar idosos e profissionais de saúde, impossibilitando um maior avanço no processo.
A Secretaria de Estado de Saúde afirma que as entregas levam em conta cadastros federais referentes aos grupos prioritários contemplados em cada remessa de imunizantes.
E há urgência na vacinação. Um estudo feito por pesquisadores norte-americanos publicado pelo “The Journal of Infectious Diseases”, indica que é fundamental elevar a cobertura vacinal antes do período de outono e inverno. “Entramos no outono com esperança na vacinação e estamos chegando ao inverno com preocupação, porque no período mais frio os vírus de circulação respiratória se mostram mais ativos”, diz especialistas.
BARROSO
A escassez de vacinas Coronavac, devido à falta de envio de doses pelo Ministério da Saúde, tem seu primeiro reflexo em Barroso desde o início da campanha. Como o Governo Federal não enviou doses suficientes para completar a imunização, a aplicação da 2ª dose de Coronavac para idosos de 64 anos terá que ser adiada temporariamente até a chegada de nova remessa.
É fundamental explicar que o uso de uma vacina como 1ª ou 2ª dose é determinado pelo Ministério da Saúde. Desta forma, quando o público de 64 anos recebeu a 1ª dose no dia 20 de abril, o Ministério já não havia enviado doses para garantir a 2ª.
As pessoas de 64 anos estão cadastradas e serão chamadas através de contato telefônico para receber a 2ª dose tão logo o Governo envie mais vacinas.as.
QUEDA
Uma boa forma para se observar como a vacina contra a Covid pode salvar vidas é olhar para o público com mais de 80 anos, contemplado no início do processo de imunização, em fevereiro.
Um estudo liderado pela Universidade Federal de Pelotas mostrou que as mortes nesse grupo corresponderam ao percentual de 25% a 30% de todos os óbitos por Covid ao longo de 2020. Mas no final de abril de 2021 esse índice recuou para 13%.
Dados da Secretaria de Saúde de Betim também apontam para uma redução no número de internações e mortes entre idosos com mais de 80 anos.
Em janeiro, esse grupo correspondeu a 33% dos óbitos. Em março caiu para 17% e, em abril, para 12%. Em maio, a tendência é de mais uma queda percentual. Até o momento, neste mês foram registradas três mortes por Covid nesse grupo etário.