A Polícia Federal e a Receita deflagraram na manhã desta segunda-feira (23) a Operação Enterprise contra a lavagem de dinheiro do tráfico internacional de cocaína. Além de Minas Gerais, outros nove estados foram alvos da ação – Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Rio Grande do Norte, Bahia e Pernambuco.No total, cerca de 670 policiais federais e mais 30 servidores da Receita Federal cumprem 149 mandados de busca e 66 mandados de prisão.
As ordens foram expedidas pela 14ª Vara Federal de Curitiba.A Justiça também autorizou o bloqueio de aproximadamente R$ 400 milhões em bens do narcotráfico, incluindo aeronaves, imóveis e veículos de luxo. Segundo informou a PF, o montante é o maior do ano em sequestro patrimonial. Com esse valor, as ações de combate ao tráfico de drogas de 2020 já bloquearam mais de R$ 1 bilhão.
De acordo com Elvis Secco, Coordenador Nacional de Repressão a Drogas, Armas e Facções Criminosas, essa foi a maior operação contra o tráfico do ano. Para ele o foco da ação não está restrito a apreensão das drogas, mas sim em atingir a estrutura de lavagem de dinheiro que garantem o lucro do tráfico e a prisão das lideranças. “Essas ações estão atacando o tráfico de drogas e o crime organizado como nunca antes. Nós os atingimos dentro e fora do país”.
Os agentes fizeram ainda uma parceria com a Interpol para localizar oito investigados no exterior e identificar bens mantidos em outros países. Para isso, os nomes suspeitos foram incluídos na lista de difusão vermelha da organização de polícia internacional.
Na ação desta segunda-feira foram apreendidas 37 aeronaves, uma delas com o valor estimado de 20 milhões de dólares, além de armas e dinheiro em espécie. Durante as investigações, que começaram em 2017, foram apreendidas 50 toneladas de cocaína nos portos do Brasil, da Europa e da África. “Tal volume de apreensões situa essa organização criminosa como uma das maiores em atuação no País”, informou a PF.
De acordo com as apurações, a organização criminosa usava ‘laranjas’ e empresas fictícias para lavar bens e ativos multimilionários no Brasil e dar aparência lícita ao lucro do tráfico. O nome da operação, “Enterprise”, faz alusão à dimensão da organização criminosa investigada, que atua como um grande empreendimento internacional na lavagem de dinheiro e exportação de cocaína.