Compartilhe:

Após denúncias de maus tratos e cárcere privado, uma equipe da vigilância Sanitária e da fiscalização fazendária municipal de São João del-Rei, compareceu em uma Clínica Filantrópica localizada no distrito do Rio das Mortes, que atende pessoas com dependências de drogas e álcool.

No local, conhecido como Comunidade Terapêutica EFRAIM Barbacena, foram detectadas várias infrações como ausência de um profissional de saúde credenciado, e mau acondicionamento da medicação dos recuperandos, por exemplo. A ausência de prontuários médicos com as prescrições das medicações também não foram encontradas.

O local não possui alvará de funcionamento e nem o laudo do Corpo de Bombeiros para estar exercendo a atividade para a qual se propõe. O local foi interditado e foram dadas as multas cabíveis.

Alguns internos afirmaram que no local havia cárcere privado, além da retenção compulsória da documentação pessoal dos mesmos. Castigos físicos aplicados como mecanismo de correção sempre que cometiam alguma infração, também foi mencionado. Até foi mostrado um buraco, o qual, segundo internos, era cavado por eles sempre que cometiam alguma infração. Outros internos disseram que não havia cárcere privado, nem privação liberdade e que estavam felizes no local.

O Centro de Acolhimento do Projeto EFRAIM, localizado às margens da BR-265, têm como objetivo o tratamento de dependentes químicos. O projeto foi idealizado por Nilton Santos Júnior, Amanda Santos, Thiago Lima e Cálita Raquel Moreira Sales Lima, residentes em Barbacena. A instituição é sem fins lucrativos e têm doutrinas religiosas.

O que diz o Projeto EFRAIM

Em entrevista para o portal Mais Vertentes, a gestora da instituição, Cálita Lima, afirmou que o local foi fechado exclusivamente por falta de documentação. “A gente foi notificado porque a gente ainda não têm o alvará de funcionamento”, afirmou Cálita. De acordo com ela, os documentos já estão sendo providenciados e o que embargou a documentação da instituição foi os documentos do sítio alugado onde fica a sede.

Quando questionada sobre as acusações de maus tratos e cárcere privado, Cálita afirmou que tais práticas não acontecem. “Não têm castigo físico não. Quando eles dão algum problema disciplinar, a gente têm as disciplinas”, contou Cálita. Uma das punições por mau comportamento seria “ficar sem televisão”, apontou.

Sobre o buraco, que foi apontado como castigo em caso de infração, Cálita disse que o mesmo existe, mas que é uma fossa séptica nova que está sendo criada, pois, segundo a responsável, a antiga “estava cheia”. Cálita ainda informou que os internos trabalham na abertura da fossa como parte da terapia: “Se encaixa na laborterapia, que é a manutenção do lugar que é preciso ser feito para a melhoria”.

Informações Mais Vertentes

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *