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As eleições de 2020 em todo o Brasil têm a maior proporção e o maior número de candidatos negros já registrados pelo TSE. Além disso, pela primeira vez desde que o tribunal passou a coletar informações de raça, em 2014, os candidatos brancos não representam a maioria dos concorrentes às vagas eletivas.

Este cenário de âmbito nacional não se repete em Barroso. De acordo com levantamento feito pela reportagem do Barroso EM DIA, na cidade são, de acordo com dados do TSE, 22 candidatos declarados de cor preta e 42 como parda, ou seja, total de negros de 64. Os outros 90 se declaram brancos no registro.

Esta soma de pardos e pretos, de acordo com declaração de raça do próprio candidato no site do TSE, é o que mostra o total de negros candidatos. Essa também é uma classificação usada pelo IBGE.

Apesar de estar abaixo da média, Barroso terá um número recorde de candidatos negros, o que para o presidente do Grupo de Igualdade Racial, GIRB, o Maruzan, já é um avanço. “É muito importante a participação de mulheres e homens negros na disputa da eleição e na busca de espaço no poder. Se não tem ocupação, não teremos e não estaremos na discussão”, diz o presidente que desejou boa sorte a todos.

BRASIL

No Brasil, segundo dados do TSE, cerca de 215 mil candidatos são pardos e aproximadamente 57 mil são pretos. Assim, as eleições de 2020 têm cerca de 272 mil candidatos negros, o que representa 49,9% de todos os concorrentes.

Os dados do TSE apontam, inclusive, que muitos candidatos mudaram as suas declarações de raça entre as eleições de 2016 e de 2020. Um levantamento preliminar do G1, feito na sexta (25), mostra que mais de 25 mil candidatos fizeram estas mudanças. Destes, 40% deixaram de ser brancos e passaram a se considerar negros.

RAÇA

A discussão sobre o perfil racial dos candidatos está em alta na atual eleição. O ministro Ricardo Lewandowski determinou que valerá já nas eleições deste ano a divisão proporcional de recursos e propaganda eleitoral entre candidatos negros e brancos, o que levantou protestos e diversas discussões nos partidos.

O destaque ao tema também vem na esteira do aumento de discussões sobre raça e representatividade ao longo de 2020, causadas principalmente por causa de casos de violência policial, como o do americano George Floyd e o do adolescente João Pedro Matos Pinto, morto no Rio durante uma operação policial.

O professor de Ciência Política da UFMG Cristiano Rodrigues afirma que, nos últimos anos, houve “vários movimentos que levaram ao aumento das candidaturas negras”. “Um deles é o efeito Marielle. Ela se tornou um símbolo e tem motivado várias pessoas negras a entrar na política.”

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