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O Núcleo de Robótica e Tecnologia Assistiva da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) desenvolveu um inovador braço robótico, visando desenvolver projetos que irão auxiliar e atender as demandas de pessoas com deficiência física e dificuldades motoras. O projeto foi desenvolvido pelo professor de Engenharia Elétrica da UFSJ, Eduardo Bento Pereira, juntamente com  alunos de diferentes áreas da engenharia. Segundo Pereira, responsável pelo projeto, a ideologia desse novo produto é reabilitar pessoas que perderam os movimentos das mãos e dos braços e ainda facilitar a inserção de deficientes físicos no mercado de trabalho.

O funcionamento do braço robótico, ao contrário do que se pensa, não é focado no robô, mas sim nos três principais sensores que atuam sobre a pessoa que o utiliza. “O braço em si, é um produto experimental de baixo custo, feito de lego, no qual podemos testar a verdadeira tecnologia de interesse que é a inercial de acionamento” afirma Pereira. Ele ainda explica que os três sensores trabalham de formas distintas. O primeiro deles, o acelerômetro, é responsável por informar a aceleração de um corpo em relação à aceleração da gravidade. O segundo, giroscópio, mede a velocidade angular, ou seja, mede a velocidade rotacional em relação aos três eixos (x, y e z). O último é o magnetômetro, responsável por medir o campo magnético da terra. Esse sensor indica como o objeto a ser manuseado está posicionado em relação aos pólos norte e sul.

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Alguns moradores da cidade de São João del-Rei estão entusiasmados com a criação do novo projeto. José Carlos Miranda (42) perdeu os movimentos do braço e mão esquerda aos 29 anos, após sofrer um acidente de carro. Para ele a criação do braço robótico será de extrema importância a todos que passam por problemas semelhantes, uma oportunidade de recomeçarem a vida dentro do mercado de trabalho. “É muito difícil conseguir emprego em uma indústria, pois as empresas não estão preparadas para receber pessoas com problemas físicos. Agora com a criação do braço robótico, as indústrias podem se conscientizar e readaptar de acordo com as necessidades das pessoas, pois os deficientes também possuem seus direitos trabalhistas” declara Miranda.

O envolvimento dos alunos no projeto é fundamental para que o produto se desenvolva e se concretize. A aluna Gabriela Reis, graduada em engenharia elétrica pela UFSJ e atual mestranda, afirma que é muito importante participar desse tipo de projeto, pois o aluno possui a capacidade de colocar a teoria em prática, trabalhando com sensores, atuadores e diferentes softwares de programação. A mestranda ainda completa que “não só os conhecimentos específicos são importantes, mas outras qualidades como criatividade, motivação, capacidade de trabalhar em grupo, comprometimento e adaptabilidade são importantes e desenvolvidas ao longo das etapas deste projeto”.

O projeto pretende ir muito mais além das instâncias da universidade. O coordenador do projeto e os alunos participantes, além de atender a população que não tem acesso a essas tecnologias, pretendem criar parcerias com empresas que produzem tecnologias assistivas com o objetivo de desenvolver o pólo industrial, voltados a essa área, na cidade de São João del-Rei e também na região do Campo das Vertentes. Eduardo Bento Pereira afirma “a gente quer nos próximos dois, três anos, criar uma rede com a Universidade mais o parque tecnológico e empresas parceiras que já fizemos contato, como a de São José dos Campos, por exemplo, para que possamos trazer indústrias para a cidade e desenvolver nossa região”.

 
Texto: VAN/ Leonardo Duque e Najla Brandão
Foto: Leonardo Duque

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