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A Prefeitura Municipal de Barroso começa a distribuir, gratuitamente, uma espécie de anticoncepcional injetável para cães e gatos da cidade. A medida está sendo realizada com o objetivo de fazer um controle populacional dos animais, principalmente os de rua. Porém, de acordo com especialistas, esse tipo de medicação pode causar grandes riscos para a saúde do animal.

A medicação impede que as fêmeas entrem no cio, com isso, evitando novas crias. O procedimento tem que ser repetido de seis em seis meses. Mas, segundo a veterinária Elaine Paulina Borges, os anticoncepcionais injetáveis não são uma boa escolha. “O método não é bom, por ser à base de hormônios, que em excesso causam anomalias celulares e acabam causando câncer nos animais. Na própria bula do medicamento está falando sobre os riscos de câncer e infecção de útero”, conta.

Além dos riscos de doenças, de acordo com Elaine, o método não é garantido. “O anticoncepcional injetável não é 100% eficaz e quando a fêmea fica prenha causa má formação nos filhotes e dificuldade na hora do parto. O melhor método, e que iria garantir um controle populacional dos animais, seria a castração”, afirma a veterinária.

Segundo o coordenador de Vigilância Epidemiológica, Moacir Ferreira, o medicamento Anticion não será aplicado em animais de rua e está apenas sendo oferecido gratuitamente para o dono do animal. “O medicamento está sendo colocado à disposição de quem se interessar. Não é obrigatório. O proprietário dos cães e gatos pode pegar na prefeitura gratuitamente”, diz.

Sobre o risco de doenças para os animais, Moacir diz que o produto é registrado e até vendido em casas de produtos agropecuários, com todos os possíveis riscos descritos na bula. “Se usado continuamente até pode favorecer o surgimento de algum tipo de doença, neste caso o animal deve ser monitorado e o sintoma deve desaparecer com a interrupção do tratamento. Na embalagem do medicamento encontra-se todas as orientações sobre seu uso e possíveis consequências”, afirma.

Para o coordenador, a castração seria a solução ideal, mas o alto preço do serviço impede que seja feito atualmente. “Esta medida é a melhor, quando feito corretamente, em local adequado e obedecendo as normas sanitárias vigentes. Entretanto o que dificulta esta ação é o auto custo dos serviços”, explica Moacir. 

A Prefeitura realizou uma licitação para comprar mil doses do remédio, que serão distribuídos para a população. A ação conta com a ajuda dos Agentes Epidemiológicos, que trabalham na Vigilância Sanitária e Epidemiológica, no combate à dengue. Eles distribuem materiais explicativos nas casas que possuem animais. 

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