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A Holcim, apesar de não ter recebido ainda nenhum questionamento ou convite da Câmara Municipal com relação à matéria veiculada no Barroso EM DIA sobre a contaminação de ovos em Barroso, emitiu uma nota oficial na manhã desta quarta-feira (10).
 
De acordo com o documento, a empresa opera suas plantas dentro dos requisitos da Legislação Brasileira quanto a emissões de gases e pó, por meio de licenças concedidas pelos órgãos de meio ambiente de cada estado nos quais atua.
 
Ainda ressalta que com as operações de coprocessamento o procedimento é o mesmo, sendo que a empresa possui licenças ambientais para essas atividades. A Holcim também esclarece na nota que realiza atividades de coprocessamento e não de incineração e que está apta a dar qualquer explicação sobre a diferença entre as atividades. 
 
A empresa ainda abre as portas à comunidade e a qualquer outro esclarecimento sobre os processos de licenciamento das atividades de produção de cimento e de coprocessamento, que segundo a Holcim, são de domínio público e podem ser consultados. No caso da unidade de Barroso, na Superintendência Regional de Regularização Ambiental da Zona da Mata, Supram – ZM, localizada em Ubá, MG.
 
Confira a nota na íntegra:
 
“A Holcim Brasil S.A. esclarece que, até o momento, não recebeu qualquer requerimento da Câmara Municipal de Barroso referente à pesquisa sobre contaminação de ovos em Barroso.

A empresa opera suas plantas de acordo com os requisitos da Legislação Brasileira quanto a emissões de gases e pó, por meio de licenças concedidas pelos órgãos de meio ambiente de cada estado nos quais atua. Com as operações de coprocessamento o procedimento é o mesmo, sendo que a empresa possui licenças ambientais para essas atividades. A Holcim também esclarece que realiza atividades de coprocessamento e não de incineração e que está apta a dar qualquer explicação sobre a diferença entre as atividades.

Os processos de licenciamento das atividades de produção de cimento e de coprocessamento são de domínio público e podem ser consultados, no caso da unidade de Barroso, na Superintendência Regional de Regularização Ambiental da Zona da Mata, Supram – ZM, localizada em Ubá, MG.

A empresa mantém as portas abertas à comunidade e coloca-se à disposição para quaisquer outros esclarecimentos.”

Holcim Brasil S.A./Comunicação Corporativa

 

CÂMARA MUNICIPAL

À reportagem do Barroso EM DIA, o presidente da Câmara, Kiko do Bedeschi (PHS), declarou que está aguardando uma data para convidar a Holcim a se posicionar em plenário e que, até esta quarta-feira (10), não tinha certeza, mas achava que o requerimento ainda não havia sido enviado e que era preciso confirmação com o secretário, Nivaldo Andrade. Em contato com o funcionário, a reportagem levantou que o mesmo ainda não havia enviado o convite à Holcim. O objetivo era agendar uma data com a empresa para os esclarecimentos. 

 

CONFIRA A MATÉRIA PUBLICA NO BARROSO EM DIA

Em reunião ordinária, realizada na noite dessa quinta-feira (4), no plenário da Câmara Municipal de Barroso, o vereador Fernando Terra (PP), deu entrada com um requerimento, pedindo à fábrica de cimento Holcim explicações sobre uma análise feita em ovos de galinha do município, nos quais, segundo a pesquisa, foram encontrados altos níveis de contaminação dioxinas e PCBs, substâncias que, de acordo com a matéria publicada no site incinerador.net, podem provocar graves danos à saúde humana e ao meio ambiente, pois as mesmas fazem parte do grupo de poluentes orgânicos persistentes (POP`s).

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A matéria ainda explica que as contaminações POP´s são de produção não-intencional, porque se formam como sub-produtos involuntários em certos processos industriais e de combustão. 

Ainda de acordo com o material publicado na internet, os ovos de galinha, colhidos em um galinheiro no centro da cidade em maio deste ano, foram escolhidos para análise por serem um elemento comum da dieta alimentar e porque seu conteúdo gorduroso é apropriado para se fazer o monitoramento de contaminantes químicos solúveis em gordura, como os POP`s de produção não-intencional.

As galinhas provedoras destes ovos vivem soltas no galinheiro com chão de terra, se alimentam de milho, verduras, insetos e outros organismos. Isto, de acordo com o post, faz com que os ovos sejam um bio-indicador ideal e útil para analisar a contaminação dos alimentos e do meio ambiente.

A matéria ainda ressalta que infelizmente no Brasil este tipo de análise quase nunca é realizada, apesar de ser um método simples e barato de se obter dados concretos sobre a contaminação de POP`s. “O padrão de contaminação detectada nos ovos de Barroso está relacionado diretamente à incineração na cidade, o qual está profundamente sendo absorvido pela cadeia alimentar. É urgentemente necessário conseguir mais informações sobre as emissões de metais pesados, p.ex. chumbo, mercúrio, cádmio,etc. aos quais os barrosenses também estão expostos.”, declara o toxicólogo holândes Martin van Berg, da Universidade de Utreque. 

O site, da qual a barrosense que reside na Holanda, vice-coordenadora da Organização de Desenvolvimento Sustentável e Comunitário,  ODESC, Valéria Nacif, faz parte, também faz duras acusações à Holcim e à Prefeitura Municipal. “Há quase vinte anos a cimenteira multinacional suíça Holcim S.A. Barroso vem incinerando resíduos perigosos no seu forno de cimento. Infelizmente esta lista não é completa porque há mais de dez anos a cimenteira e a Prefeitura Municipal de Barroso se recusam a apresentar uma lista completa dos resíduos incinerados em Barroso”, trecho da matéria. 

PREFEITURA

A Assessoria do Poder Executivo, que também foi citado na matéria do site, foi acionada pela reportagem do Barroso EM DIA, mas ainda não respondeu. 

 

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