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A cidade de Barroso, no interior de Minas, vive expansão imobiliária notável devido ao crescimento da indústria de cimento e concreto Holcim, uma das líderes mundiais na área. As obras de ampliação da unidade de Barroso iniciaram em março de 2012 e a escolha desta filial deve-se ao fato de o município ser um ponto estratégico para a distribuição dos produtos da empresa.

Segundo estatísticas do site oficial da empresa, para expansão foram contratados, até junho deste ano, 2655 operários e a expectativa é que até agosto o número aumente para 2878. Destes funcionários, cerca 650 são barrosenses, os demais são de outras localidades e estão alojados em imóveis alugados pela empreiteira Mendes Junior, responsável pela construção das novas instalações da fábrica, que já investiu por volta de R$ 3,5 milhões em locações.

Em virtude da grande demanda de imóveis, houve um significativo aumento nos valores dos aluguéis, fator que beneficiou os locadores. É o caso por exemplo, de uma aposentada que prefere não se identificar, antes da expansão ela alugava a casa pelo valor de R$ 300; visando a valorização imobiliária reformou o local e atualmente fechou contrato com a empreiteira por R$ 1900.

Na maioria das negociações a alteração das cobranças superou o IGPM (Índice Geral de Preços do Mercado), devido à variação de 130% a 140% no preço médio da locação, principalmente nas regiões centrais. Porém, segundo Wellington Mendonça, corretor da Imobiliária Mendonça, os reajustes são formalizados de comum acordo entre locador e locatário.

Por outro lado, esse situação também prejudicou algumas pessoas que desejavam alugar uma residência. “No meu caso, por exemplo, não tenho condições de alugar uma casa, porque recebo salário mínimo e os aluguéis estão acima de R$ 700. Antes era muito mais fácil. Havia aluguéis de R$ 350, R$ 290; agora nem em bairros estou conseguindo achar”, afirma a secretária Telma Auxiliadora de Souza.

Em relação à compra e venda de imóveis, o aquecimento não foi tão expressivo, pois as elevações seguiram as tendências do mercado. Outra constatação é de que o setor comercial sentiu efeitos mais brandos em comparação ao residencial.

O término das obras de expansão da Holcin S.A. estão previstas para abril de 2015, e o número de trabalhadores efetivos devem diminuir para 436, o que pode ocasionar uma queda geral na economia.

De acordo com Mendonça, as previsões para o mercado dependerão da localização e que os atuais proprietários invistam em seus imóveis. Além disso, investimentos em outras áreas também seriam bem vindos e não apenas no campo imobiliário. “O interessante seria que a cidade como um todo absorvesse mais e deixasse outra fonte de renda, contínua, mais forte”, pontua. Ele acrescenta ainda que a elevação repentina dos preços não é o ideal, visto que sofrem fortes oscilações com o tempo.

 

Texto: VAN/ Viviane Basílio e Rafael Scaldini
Foto: Berg Couto

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